Sinopsis
A melancolia está no olhar alegre de uma criança, numa rosa solitária, está entranhada no nosso sangue e alma. Na maior parte do tempo, ela apenas fica escondida na sombra dos dias e no frio das noites. Quase sempre nós vencemos ela, mas, às vezes, ela nos vence.
Quando espio pela porta do meu quarto posso observar um mundo cheio de tristeza e desespero. Os rostos não sorriem com o coração, os olhos não enxergam outros olhos, é uma imensidão de corpos vazios, tomados de uma droga artificial que os empurra para o abismo da ganancia.
As bocas que mais gritam palavras de superioridade, são as que estão mais tomadas pelo manto negro que é a solidão de si mesmo.
E aqueles que se veem esquecidos no mundo, em casa, ou entre os amigos, aqueles que se acham indignos de receber amor, esses caras estão escondidos em um mundo à parte, onde a superioridade das pessoas não possa os atingir. Essas pessoas precisam apenas de compreensão. E eles acham compreensão, talvez em um poema, em uma música, em um filme, mas dificilmente encontram isso em uma pessoa. As pessoas estão ocupadas demais sustentando seus inimigos. Enquanto a alma de seus amigos se deteriora pelos cantos da cidade, pelas esquinas e becos.
Ninguém gosta de falar sobre o que está tão oculto dentro de nós, mas quando isso toma controle do nosso corpo, é preciso falar, é preciso lutar, enfrentar.
É preciso ver o lado bom da dor, é ela que nos faz ver o mundo com mais cor. A dor não leva ao vicio, ao alcoolismo ou suicídio, o que leva a isso é a falta de oportunidades, é você sorrir para a vida e ela não lhe sorrir de volta, é você tentar ajudar e não receber ajuda. As pessoas cansam. E, em muitas situações, escrever um poema apenas não é o suficiente para eliminar todo o vazio que existe dentro. Mas eu quero que tais poemas possam servir para acolher os corpos que andam mesmo sem um caminho, ou apenas para compreender as muitas mentes solitárias e incompreendidas que existem.